sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012

Presos fazem rebelião na Cadeia Pública de Lagoa do Carro, PE

Demora da Justiça e atendimento médico são algumas das reclamações.
Apenas um detento ficou levemente ferido, com queimaduras.


Presidiários da Cadeia Pública de Lagoa do Carro, na Mata Norte de Pernambuco, realizaram uma rebelião que durou até a madrugada desta sexta-feira (10), deixando um detento ferido e parte da estrutura física da unidade destruída. A Polícia Militar (PM) chegou a ser acionada, mas não houve confronto. Segundo a Secretaria de Ressocialização de Pernambuco (Seres), os presos pediam agilidade na Justiça e reclamavam sobre a falta de banho de sol e a precariedade do atendimento médico.

A rebelião se iniciou ainda na noite da quinta-feira (9), com os presos queimando colchões e danificando a parte elétrica da cadeia e algumas celas. O tumulto só foi contornado quando a juíza da comarca de Carpina, Maria do Carmo, compareceu à unidade para conversar com os manifestantes. “Eles pediram a presença da juíza justamente por conta da questão judiciária. Ela conversou com os presos e definiu algumas medidas a nível de processo. Ela ficou de avaliar as situações e analisar processos que eles citaram”, informou o superintendente de segurança penitenciária da Seres, coronel Fernando melo.

Em relação ao banho de sol, a Seres ficou de avaliar a situação para ver o que realmente está acontecendo. Já o atendimento médico é apontado como responsabilidade da administração pública de Lagoa do Carro. “O atendimento médico, através de decreto de lei, é de responsabilidade do município quando se trata de unidades prisionais de pequeno porte. Só nas unidades grandes que o atendimento é feito pela secretaria”, disse o coronel.
Segundo a Secretaria de Saúde de Lagoa de Carro, existe um acordo feito entre o órgão e a coordenação da cadeia para que todos os detentos que necessitem de atendimento médico sejam encaminhados para o Posto da Saúde da Família (PSF) do Mutirão, bairro onde fica localizada a unidade prisional. Ainda foi informado que são oferecidos serviços de enfermaria, médico e odontológico.
A Cadeia Pública de Lagoa do Carro tem capacidade para 50 pessoas; no momento da rebelião, havia 88 presos. Desses, 31 foram transferidos para a nova Cadeia de Carpina, também na Mata Norte. Os detentos considerados líderes do movimento seguiram para a Penitenciária de Limoeiro, no Agreste, onde passarão trinta dias sem receber visitas. Os 42 restantes em Lagoa do Carro irão, ainda nesta sexta, limpar, pintar e ajeitar a parte elétrica da unidade. Na rebelião, apenas um preso ficou levemente ferido, com queimaduras, mas não precisou ser transferido para hospital.

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